Há muito mais nobreza no sofrimento do que no gozo.
É maior o que chora do que o que ri! Porque nada cresce sem ocupar um espaço ou um local que antes não estivesse vazio.
Nada evolui sem atrito e o sofrimento é exatamente o atrito do Espírito, que força o seu caminho evolutivo.
As lágrimas, quando não são de revolta, pavimentam o caminho do crescimento. Aquele que ri e que goza está como que parado, em situação estável, ou melhor, instável, porque nada fica parado no universo. Aquele que está parado e ri, será logo deslocado do seu equilíbrio instável.
Maior e mais nobre é o que sofre, pois anda, cresce e evolui.
Busca fazer dos teus sofrimentos o móvel da tua evolução, não deixes que a revolta ponha a perder as tuas lágrimas.
Se sofreres, sofre com nobreza de intenções, sem a ilusão da fuga ou os temores dos fracos, porém, sem a arrogância do orgulho.
Hás de sofrer, sim, porque tudo e todos sofrem.
Nada no Universo está isento do sofrimento, porque a imobilidade é relativa e ilusória, da mesma forma que o riso.
Não te revoltes com o sofrimento, porque nada no mundo está isento dele. Mas não o aceite como castigo, como julgam os orgulhosos e pretensiosos de sua perfeição.
Tampouco aceite o sofrimento como um carma ou repita que “O mundo é um vale de lágrimas” como dizem os derrotados.
Hás de sofrer, pois toda construção é sofrida.
Utiliza teu sofrimento como móvel do teu o aprimoramento e da tua evolução.
Se puderes entender desta forma o sofrimento, perceberás que nele está o dedo de Deus.
É como dizem as pessoas simples “Deus escreve certo por linhas tortas”. Bem-aventurados os que sofrem.
Que o mestre te ilumine. João de Deus.