Deus mostra Sua luz aos pequenos e a esconde dos sábios e dos doutos.

Por esta frase do Evangelho está se dizendo claramente que o caminho evolutivo não passa pela cultura e pelo conhecimento.

Para entrar no Reino dos Céus o homem tem que se fazer simples como uma criança. Com o coração puro como o de uma criança.

O que realmente define a posição do ser no mundo espiritual é o coração e não o conhecimento e a cultura.

A nova ciência, que tem se desenvolvido nestes últimos séculos, tem se tornado um obstáculo ao entendimento e a evolução espiritual. O coração se torna rígido e duro, através da manipulação que a ciência faz dos fatos.

O homem moderno se ilude que pensa. Ilude-se que raciocina.

Todo o seu conhecimento e toda a sua cultura servem a um impulso primário que vem do seu coração.

Do coração sai a linha que norteia o pensamento!

O raciocínio e a lógica são armas que, colocadas nas mãos dos homens, pretendem fazer uma ciência racional e lógica.

Porém, toda a lógica e a racionalidade depende de uma emoção inicial que está depositada no coração do homem que pretende ser racional.

O homem moderno esgrima com estas armas, tentando lutar contra o seu coração. Tentando com esta espada ferir, anular ou mesmo matar o átomo do criador que mora no íntimo do seu coração.

O verdadeiro entendimento da verdade e da luz só se faz com a abolição do raciocínio e da lógica.

O reino de Deus não é lógico nem racional dentro da nossa racionalidade e da nossa lógica. Como o coração de uma criança! Com a mesma simplicidade e com a mesma irracionalidade divina que habita no coração da criança.

Não se pode, no entanto, negar que este caminho de luta com o átomo do coração também leve, de alguma forma, ao Reino.

Por este caminho, negando Deus, o homem segue um caminho duro e tortuoso, mas há de também um dia chegar lá.

Chegará porem através de uma vida, ou de muitas vidas, de dores e de sofrimentos. O caminho desta negação é o caminho do sofrimento. O peregrino da negação vai gerar dentro de si um vácuo, um vazio de angústia e de solidão. Um sofrimento indescritível que atinge, um dia, o clímax quando se dará a iluminação.

Este último passo da iluminação há de ocorrer num momento em que o peregrino não espera, quando está no fim das suas forças e dos seus sofrimentos. Como um raio que percorre o céu de leste para oeste em um instante inesperado, sem lógicas e sem racionalidade.

Da mesma forma que Jacó lutou com o Anjo do Senhor obrigando a abençoá-lo.

O homem que luta com o deus do seu coração também só vai ser abençoado depois de uma longa noite de luta e de sofrimento, quando perto de despertar verá então a escada do céu.

O caminho do conhecimento é um caminho real, porem de muita dor e de muito sofrimento.

Aquele que segue o caminho da adoração, da simplicidade, da mansuetude, chega mais facilmente ao Reino.

O caminho da luta é simbolizado na queda de Lúcifer. A vaidade o orgulho a pretensão de se julgar igual a Deus o fazem ser expulso do Reino.

O homem que pela vaidade e pela pretensão quer, com sua pequena mente, entender o Deus que mora dentro do seu coração é como o anjo caído. Como Lúcifer!

Deus em sua infinita misericórdia não nega a nenhuma criatura a oportunidade de salvação.

O próprio lúcifer há, de um dia, ser novamente recebido no Reino. Após muita dor, muito sofrimento, muita solidão, muito desespero, num momento que ele mesmo não espera, de repente, como o raio que corta o céu no pior momento da tempestade.

Aquele que tiver olhos de ver e ouvidos de ouvir que veja e ouça do chamado só seu coração

Que Deus os Abençoe!